Beijing, 8 abr (Xinhua) — O governo dos EUA do presidente Joe Biden deve reverter as políticas do ex-presidente Donald Trump em relação à China, parar sua competição geopolítica com o país asiático e deixar que a razão retorne à formulação de políticas norte-americanas, disse Kishore Mahbubani, renomado pesquisador do Instituto de Pesquisa da Ásia da Universidade Nacional de Cingapura.
“Há um perigo real de que o governo Biden mantenha muitos elementos das políticas de Trump em relação à China. Se assim for, a América está caminhando para um desastre”, alertou ele em um artigo publicado na última edição da Global Asia, uma revista trimestral focada em assuntos internacionais.
Observando que as políticas de Trump sobre a China, que foram baseadas em ilusão em vez de avaliação realista, haviam falhado, Mahbubani salientou que, se o governo de Biden continuar com elas, isso só resultará em uma “América enfraquecida”.
“A campanha de Biden descreveu a guerra comercial de Trump com a China como ‘um desastre absoluto’ que custou dinheiro e empregos aos americanos”, lembrou Mahbubani, citando o comentarista político Fareed Zakaria. “Portanto, a resposta racional é terminá-la.”
Refutando alegações de que o Partido Comunista da China representa uma ameaça à democracia americana, o pesquisador destacou: “ninguém vê a China como um exportador do comunismo para minar a democracia.”
Aos olhos de Mahbubani, o governo dos EUA também deve abandonar sua ilusão de que poderia transformar a China.
“Os historiadores futuros ficarão muito perplexos que uma jovem república americana, com apenas 250 anos, acreditasse que poderia transformar sozinha uma civilização de 4 mil anos com uma população quatro vezes maior.”
Em relação à “triste realidade” de que muitos americanos simplesmente não entendem a China, Mahbubani apontou que alguns americanos “não podem sequer conceber a possibilidade realista de que o povo chinês pode estar nadando feliz em um oceano de normas e valores chineses, o que cria tanto um senso de uma sociedade moral bem ordenada quanto de bem-estar psicológico”.
Vendo “os últimos 40 anos” como “os melhores nos 4 mil anos da história chinesa”, o estudioso exaltou: “pelos padrões históricos, as vastas massas de chineses nunca estiveram melhor.” Fim
