Adis Abeba – O Instituto Geoespacial e de Ciências Espaciais da Etiópia (SSGI, na sigla em inglês) lançou uma iniciativa de “Estação Terrestre como Serviço”, envolvendo a recepção de dados de satélite para diferentes países, organizações e usuários, disse uma autoridade.
Melaku Muka, diretor de operações de satélite do SSGI, disse que o instituto começou a gerar receita por meio da recepção de dados de satélite, processamento e análise dos mesmos para várias organizações e países, mediante pagamento. A estação terrestre construída pela China no Observatório de Entoto e Centro de Pesquisa de Ciências Espaciais em Adis Abeba é o centro dessa iniciativa, capaz de receber dados de satélite de alta qualidade.
“O instituto começou a fornecer serviços completos de estação terrestre, incluindo comunicação via satélite, recepção e processamento de dados, além de conectar esses dados aos clientes”, disse Muka em uma entrevista à Xinhua em Adis Abeba, capital da Etiópia.
O lançamento da iniciativa significa os avanços da Etiópia para se juntar ao mercado global de dados de satélite e ajuda o país da África Oriental a obter receita do setor.
A modalidade de pagamento do serviço é organizada com base na quantidade de tempo gasto por passagem ou minuto usado pela estação de recepção de dados. De acordo com o diretor, as organizações que não têm estações terrestres devido a orçamentos limitados, as operadoras de satélite que precisam de comunicação e recepção frequentes de dados e as instituições de pesquisa estão aproveitando o acordo “Estação Terrestre como Serviço” do instituto.
“Em vez de construir suas próprias estações terrestres, os usuários podem acessar serviços econômicos de centro de dados pagando apenas pelos intervalos de tempo que utilizam”, disse o diretor, indicando que o acordo permite que as entidades acessem dados globais de satélite sem incorrer em altos custos.
Em dezembro de 2019, a Etiópia lançou seu primeiro satélite, abreviado como ETRSS-1, no espaço a partir da China. O centro de comando e controle está localizado na colina de 3.200 metros de altura de Entoto, uma área montanhosa nos arredores de Adis Abeba.
Observando que a cooperação entre a China e a Etiópia em tecnologia de ciência espacial tem se fortalecido ao longo do tempo, Muka disse que o papel da China em ajudar a Etiópia a lançar seu primeiro satélite foi “notável”.
“Em maio de 2021, a Etiópia inaugurou uma estação terrestre de recepção de múltiplos satélites de 7,3 metros. Usando essa estação terrestre, temos recebido imagens de satélite de alta resolução com diferentes domínios”, disse ele, lembrando que uma empresa chinesa construiu a estação terrestre “de última geração” em Entoto.
Apreciando a capacitação bem-sucedida, a tecnologia e a transferência de conhecimento dos especialistas chineses em ciências espaciais, Muka disse que os profissionais etíopes agora são capazes de gerenciar de forma independente todas as operações de satélite e fornecer dados valiosos para os usuários finais.
“A ajuda chinesa foi muito profunda, especialmente quando a Etiópia lançou seu primeiro satélite no espaço a partir da China”, disse o diretor.
