Xinhua – Diario de Pernambuco

A maior agência de notícias da China e um dos principais canais para conhecer o país

Destaque: Além do idioma – jornada de uma década de americana na aprendizagem de chinês

Por Zhou Yilan

Dallas, Estados Unidos – Aprender chinês é mais do que aprender um idioma, disse Juliet Thomas, empresária de 62 anos em uma editora.

Inspirada por um adorado livro de sua avó, Juliet começou sua jornada mágica, desde o aprendizado de um idioma até a imersão cultural.

Ao planejar sua sexta viagem à China em 2024, Juliet pretende não apenas visitar destinos icônicos, como convidar seu professor de chinês on-line, Zhu Feng, da província de Yunnan, no sudoeste da China, a conhecer sua cidade natal em Dallas, estado central do sul do Texas, nos EUA.

DO ENCANTO DE INFÂNCIA À PAIXÃO PARA A VIDA

O encanto de Juliet pela China remonta ao adorado e antigo livro de sua avó, um tesouro com imagens e palavras cativantes que despertaram fascínio pela vida toda.

Relembrando quando sentava no colo da avó e folheavam juntas as páginas, ela disse: “Ele (o livro antigo sobre a China) era uma das coisas preciosas que ela tinha e minha avó dizia que a China é um lugar mágico e que eu deveria visitá-lo quando crescesse”.

Seu sonho de visitar a China criou raízes a partir daí e finalmente aconteceu em 2009, quando seu marido foi convidado a participar de uma conferência em Beijing.

“Ele me levou com ele! Foi no dia do meu aniversário. Todos na conferência disseram ‘Feliz Aniversário’ em chinês”, Juliet ainda tem lembranças, como se ainda ouvisse os desejos de feliz aniversário. “Fiquei muito feliz e quase decidi ficar na China se não tivesse dois meninos em casa”.

Após outra viagem inesquecível à China em 2012, o marido de Juliet enviou a ela um presente de Natal, um pacote com dez aulas on-line para aprender chinês com Li Laoshi (professor Li), que marcou o início do estudo formal de Juliet da língua chinesa, despertando uma paixão até então desconhecida.

“Foi assim que comecei a aprender a língua chinesa. Nunca imaginei que seria tão maravilhoso!”, disse ela. “Assim que comecei a aprender e me apaixonei pelo idioma”.

Com a ajuda de vários aplicativos de aprendizagem de chinês e contas em mídias sociais, Juliet complementa seu estudo de chinês com de aulas semanais de três horas em uma universidade local e trabalha em estreita colaboração com seu atual professor de chinês, Zhu.

“Zhu Laoshi (professor Zhu) me dava aulas de escuta, tradução e outras tarefas de casa. Ele olhava todas as tarefas e depois conversávamos sobre a vida cotidiana, filmes e qualquer assunto”, disse ela. “Estudei com ele no WeChat durante todo o período da pandemia”.

Citando um antigo ditado chinês em que só um professor rigoroso poderia fazer um bom estudante, Juliet disse: “Tive uma grande oportunidade de melhorar minha habilidade mais fraca: falar a língua chinesa, graças ao meu professor rigoroso”.

Juliet escolheu o caractere chinês “lan” (que significa preguiçoso) como seu avatar no WeChat e explicou que essa escolha serve para lembrá-la constantemente de estudar chinês com mais afinco.

“Juliet aprende chinês porque adora”, disse à Xinhua Li Jian, que ensina chinês em Dallas e deu aulas para ela. “Juliet é muito inteligente e esforçada”.

ALÉM DO IDIOMA

“Quando comecei a estudar chinês em 2013, eu só sabia que queria aprender a língua e a cultura da China. Não sabia que isso viraria uma parte tão importante da minha vida”, disse ela.

“Adoro conhecer mais sobre o povo chinês e aprender outros aspectos da cultura relacionados à China. Adoro provar comidas chinesas diferentes, assistir filmes e séries de TV chinesas e ouvir outros tipos de música chinesa. Também comecei a aprender a tocar Guzheng (uma espécie de instrumento musical chinês antigo)”, continuou ela.

Refletindo sobre a experiência da última década, Juliet disse que aprender chinês é mais do que aprender um idioma.

Essa influência transcendeu gerações, inspirando seu filho Zachary Thomas, 29 anos, a embarcar na sua jornada pela língua chinesa. Ambos passaram no HSK (Hanyu Shuiping Kaoshi ou Teste de Proficiência em Chinês) Nível 3 e agora estão se preparando para o exame de Nível 4.

Juliet também encontrou consolo nas tradições chinesas, particularmente no conceito de Wu Fu, sendo as cinco bênçãos. Lidando com a perda do pai, ela recorreu às cinco bênçãos: saúde, riqueza, longevidade, paz e descendência, encontrando uma maneira significativa de refletir e aceitar o falecimento dele.

“Meu pai foi muito importante para mim. Fiquei perdida e muito triste quando ele faleceu, porque não sabia se tinha feito o suficiente por ele. A cultura chinesa do ‘Wu Fu’ ajudou a acalmar meu coração”, lembrou ela. “Olhando as placas chinesas de ‘Wu Fu’ espalhadas pela minha casa, percebi que meu pai aproveitou plenamente as cinco bênçãos”.

Juliet acredita que intercâmbio cultural é fundamental para promover o entendimento entre as nações e disse: “Aprender o idioma é uma ótima maneira de fazer isso”.

Observando que cada vez mais americanos estão estudando chinês e que o ensino de chinês on-line está crescendo, ela disse: “Agora há muito recursos mais fáceis e accessíveis na Internet, seja on-line ou presencial”.

Ao planejar sua sexta viagem à China em 2024, Juliet disse que ela e seu marido planejam visitar o professor Zhu em Yunnan e convidá-lo a conhecer sua casa nos Estados Unidos. “Ele pode ficar conosco quantos dias quiser”.

“Eu adoraria ir para Zhangjiajie (uma cidade na província chinesa de Hunan), Suzhou (uma cidade na província chinesa de Jiangsu), Xi’an (capital da província chinesa de Shannxi) e passar alguns meses para continuar realizando meu sonho mágico da China!”, disse ela.

Agência Xinhua

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Voltar ao topo